Descartando os livros – que dificuldade!Resolvi arrumar minha estante de livros. Com alguma dificuldade, fui decidindo os que ia doar, o que eu poderia trocar em sebos, os que eu ia jogar no lixo, pois eram livros de Direito obsoletos, datados de 1999. Sim, eu ainda guardava livros de Direito de 1999!
Peguei um dia em que a faxineira estava presente e fizemos tudo juntas. Ela ía limpando os livros, tirando o pó, eu ía separando por temas e tamanhos. Foi uma beleza, bem animada e com coragem separei uma pilha enorme de livros de Direito que iriam direto para o lixo! Ufa! Abri espaço nas minhas prateleiras, tudo ficou bem mais organizado e limpo!
Separei na prateleira os livros que eu não li ainda para ver a quantidade que eu tinha e para mostrar a mim mesma que eu não preciso comprar outros antes de terminar de ler os que eu já tenho. Observei que preciso comprar uma nova gramática e dicionário de língua portuguesa. Ânimo total apesar de estar me desfazendo de coisas tão preciosas.
Rapidamente desci no prédio, junto com a faxineira para levar a grande pilha do desapego pra casinha onde colocamos o que vamos descartar, a fim de não mudar de idéia! Já fazia mais de dez anos que eu não lia nenhum deles e não iria relê-los. Uma pena. Percebi que comprei alguns na emoção, na época da faculdade e que nunca os li. Percebi que outros estavam sublinhados e que eu não me lembrava de nada do que havia ali, mas pelo menos usei-os para estudar, na época.
Arrancamos as páginas com meus dados pessoais e eu fui trabalhar, deixando-os para trás. Finalmente!
Passaram-se duas semanas e eu me peguei pensando, num dado momento, enquanto arrumava a cozinha…meus livros…agora não importa mais, já se foram. Graças a Deus tive coragem de me desfazer deles! Se eu os visse agora, seria capaz de pegá-los de volta, e sorri.
No dia seguinte, pela manhã, ao sair para o trabalho, o porteiro (um mais maluquinho que temos aqui) me chamou: – Melissa! E seus livros? Eles estão ali no lixo, eu estava pensando em levá-los para casa! Estava guardando para te perguntar.
Nossa, quase tive um treco. Eu disse: – que livros?? Não acredito! Entrei na casinha e vi lá “meus” livros numa GRANDE sacola. Fiquei uma fera. Eu disse a ele que claro que poderia levar o que quiser, afinal eu joguei no lixo. Já que não serviam nem para doação. Eram livros muito obsoletos. Mas poxa! “guardar o lixo por duas semanas”! Por que não os tinha levado ainda?!!
Disse a ele que levasse o que quisesse naquele dia e que à noite, quando eu voltasse, eu não queria mais ver os livros ali, por favor. Isso porque já tive vontade de levar alguns de volta para casa.
Na volta passei e perguntei ao porteiro da noite se os livros ainda estavam ali. Ele me contou que os porteiros guardam muitas tralhas numa prateleira da casinha, me mostrou um monitor de computador que alguém descartou e que estava lia há semanas. E “meus livros” na grande sacola.
Colocamos tudo para fora para que o caminhão de lixo levasse naquela noite mesmo.
Mas que dificuldade de me desfazer dos meus livros! Finalmente consegui.
Separei livros para trocar no sebo, outros eu dei e outros, os de Direito bem antigos, que nem os sebos aceitam mais, eu joguei no lixo. Pensei em dar pra alguém vender, pois era muito papel. Mas eu não sabia onde poderia ser feito isso ou a reciclagem e imaginei que ao chegar no destino, depois de pasar pelo caminhão de lixo, eles poderiam ser enviados para isso. Se alguém souber para onde se envia esse tipo de papel, aqui em Vitória/VilaVelha, adoraria saber.
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