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Passamos o dia em Bolonha junto com os colegas de excursão da Scuola Dante Alighieri. Um dia como qualquer outro. Mas eu e minha irmã já tínhamos organizado tudo, de antemão, para ir para Pádua.
Eu indico fazer isso.  Este final de semana é muito apertado de excursões. No sábado saímos cedo para irmos para Bolonha, que já fica a umas 4 horas de viagem de Camerino e no final do dia voltamos. No dia seguinte saímos para Veneza (são 6 horas de viagem de Camerino para lá!) e no final do dia voltamos. Fica muito corrido e viajar de ônibus tanto tempo cansa muito. Eu indico dormir nos arredores e ir de trem pra Veneza. Você pode escolher dormir em Verona, Vicenza ou Pádua. Em Verona você pode ver a sacada de Romeu e Julieta (eu queria ter visto!) e em Pádua você vê a Basílica de Santo Antônio de Pádua, e eu me surpreendi com uma cidadezinha linda!

Mas hoje eu vou contar do terremoto. Imagine você viajando e rola um terremoto? O que fazer? Já pensou que você tem que pesquisar se a região para onde você vai tem tremores de terra e em qual época do ano isso acontece (se é que se pode prever a época do ano)? Eu pesquisei o que fazer em caso de terremoto e estou fazendo um resumo aqui, além de contar a minha experiência.
Ali na região onde eu peguei o terremoto não é uma região em que normalmente isso acontece. Então não poderíamos prever, mas ficou a lição para lembrar de pesquisar acerca disso antes de viajar. Nós moramos no Brasil, realmente um país tropical, em que esses fenômenos naturais não são comuns. Mas não é assim em todo lugar.
Nós achávamos que nossa família era originária de Pádua e por isso escolhemos essa cidade para pernoitarmos e conhecermos, dando uma passadinha. Acabamos descobrindo, posteriormente que nossa cidade é Arzignano, em Vicenza. Teríamos ido para lá se soubéssemos disso antes, com certeza. Mas eu adorei nossa passada por Pádua, mesmo com o terremoto.
A vontade de já começar a contar como foi a passagem pela cidade, mas nesse post vou apenas contar, (faria isso em forma de crônica, mas decidi contar normal mesmo), como foi passar pelo terremoto:
Toda noite, após andar o dia inteiro, eu deitava na cama e levantava as pernas pro alto e sacudia, a fim de circular o sangue e tentar fazê-las desinchar um pouquinho.
Naquela noite não foi diferente. Adormecemos depois de várias situações engraçadas da noite e do quarto (que contarei oportunamente). Lá pelas 4 da manhã (já estava com sol na janela, na Europa na primavera é assim, amanhece a essa hora e anoitece lá pelas 22 hs. O que é ótimo para passear. Sinto falta disso aqui… de um dia mais longo), eu estava meio acordada, meio dormindo… me recordo de estar balançando na cama. Mas o interessante é que isso “nina” você e você, que não está acostumado, demora a perceber o que está acontecendo, até porque você está dormindo.
Minha irmã me contou que pensou assim… nossa Melissa balançando essa perna, que coisa, não para, eu quero dormir e ela nao me deixa com esse balançar todo…
Ela então olhou para mim, na cama ao lado e viu que minhas pernas estavam normais e simplesmente viu a janela balançando, o armário da frente, e a cama… era um terremoto!
Ela gritou, terremoto! Nossa… eu fiquei chocada. Como assim? Só havia visto isso nos canais de Tv pagas, como uma coisa remota! O que fazer diante de um terremoto? Não acreditei que estava passando por aquilo!
Mas estava.  E eu não sabia se colocava a roupa por cima do pijama, se jogava tudo dentro da mochila, se largava para tras, se descia, se me escondia por perto, dentro do quarto do hotel. Eu estava no segundo andar.
Minha irmã disse para ficarmos na porta e fizemos isso por uns instantes, coloquei a calça jeans por cima do pijama, joguei tudo na mochila, catei e descemos as escadas atrás das freirinhas que avistamos e nos disseram para descer. Que medo! Eu nem estava assim com tanto, meio sem saber direito o que estava acontecendo, mas minha irmã ficou com muito medo e dizendo que poderíamos morrer. E poderíamos mesmo!
Mas nada aconteceu de grave. Descemos pro hotel e o cara do hall estava gesticulando (como um bom italiano) e dizendo que ficássemos tranquilos, pois havia passado já. Como assim? Como ele sabia que havia passado!? Daí ele dizia.. olhem as pilastras, sao bem grossas, extremamente grossas, esse prédio tem 400 anos! Não cai! Nossa! 400 anos? É agora!
Eu perguntei a ele se já tinha havido terremoto ali antes e como proceder. Ele disse, não, nunca! Ai ai! É hoje, pensei!
Daí todos foram descendo, a terra ainda se mexia um pouco. As crianças de pijama, e eu fui logo numa salinha e troquei a roupa para me sentir mais segura. Mas numa hora dessas é íncrivel como você não quer saber de nada, só se salvar.
Nada do nosso amigo Angelo (ele estudava conosco e ele fez esse passeio conosco e ficou em outro quarto). Ele nao descia, daí fiquei preocupada e bati na porta do quarto dele. Ele abriu meio sonolento e eu disse: Angelo! Você não está vendo o terremoto? Ele disse, eu levantei, olhei pela janela para ver se a rua estava rachada e pensei… não vai mudar nada se eu levantar ou não. Vou morrer do mesmo jeito, então fiquei deitado mesmo rezando!
A idéia é ter essa tranquilidade mesmo! Enquanto isso, minha irmã se sentou no computador do hall do hotel e procurava na internet pelas informações acerca do abalo sísmico. Encontrou um site com um desenho e todas as informações e estávamos todos em volta dela olhando espantados… simplesmente, é claro! Não era o “nosso terremoto”. Afinal ele havia acabado de acontecer! Como assim já tinha gráficos prontos e tudo mais? Era um abalo de janeiro…não era o “nosso”.
Daí fomos nos acalmando e já tinha uma hora que estávamos ali, dali a pouco já teríamos que ir embora pegar o trem para Veneza. Ligamos para mamãe, no Brasil e ela estava vendo tudo pela televisão já e estava preocupada. Conversamos, choramos, nos acalmamos e resolvemos deitar mais um pouco no quarto.
Logo que me deitei, senti uma onda e a cama se balançou novamente. É! Não dava para dormir não! Ficamos esperando dar a hora da basílica se abrir para podermos visitá-la. Estávamos hospedadas ali na frente mesmo.
A foto principal do post é na frente do hotel e ao lado da basílica.
Acabamos conversando e treinando o italiano com um senhor que contou que já tinha notícia de 5 mortos nas cidades próximas e contou que morou em Minas Gerais e trabalhou no Brasil. Ele foi super paciente, me ajudando a falar a língua e tudo mais.
E essa foi nossa experiência. Tomamos café e fomos passear meio tensos, sempre com medo de haver um terremoto enquanto estivéssemos no trem, ou até mesmo no ônibus junto com a excursão na volta. Havia possibilidade de mais tremores, como de fato ocorreram nos próximos dias.
A nossa preocupação também era grande com outros colegas que dormiram em Bolonha (mais perto do epicentro) e até mesmo ali em Pádua. Mas deu tudo certo.
Mais tarde, na sala de aula eu conversei com uma amiga mexicana. Ela contou que era normal no México e que ela estava acostumada, não tinha medo mais. E deu uma informação importante: se o tremor for horizontal é menos pior, já que pode ser apenas o mexer das placas tectônicas e isso ocorre mesmo, mas se for vertical, é perigoso! O nosso tremor era horizontal, graças a Deus!

Veja nessa noticia do Terra sobre o terremoto do dia 20 de Maio. A história que narro neste post é dele.

O QUE FAZER EM CASO DE TERREMOTO?

Fiz uma pesquisa do que fazer diante de um terremoto e as sugestões divergem. Vou colocar o principal e tem um link ótimo no qual você passeia pela cidade e vai explicando o que fazer em cada caso específico. Se estiver numa ponte, na praia, em casa, etc. Veja aqui.

Também gostei do que este blog disse aqui. O que o blog diz faz até sentido, mas é o oposto do que este outro documento mais completo diz aqui.

– dependendo do grau do terremoto, abaixe-se em posição fetal próximo a algo mais alto, como a cama, uma marquise, pois se o teto desabar, pode ser que essa partezinha fique livre para você se assegurar ali, como o blog disse. Ponha as mãos protegendo a cabeça, ou almofadas;

– para se proteger dos objetos caindo, fique embaixo de mesas e ponha almofadas na cabeça;

– os locais de refúgio são  praças, parques seguros onde não há risco de prédios e construções desabarem;

– dentro de casa apague imediatamente o fogo e o gás, desligue a caixa de eletricidade (num hotel, imagino que isso não seja tão útil, mas você pode estar num apart, como eu mesma já fiquei);

– dentro de trens segure as barras com firmeza e siga as orientações dos funcionários, não siando do trem se não for permitido (até porque não vi funcionários nos trens na Itália, apenas os que íam cobrar os bilhetes e você está longe do maquinista, não sabe se ele vai acionar a saída do trem por algum motivo);

– nas ruas fique longe de postes que possam tombar com eletricidade; se não houver um local aberto nas proximidades avalie um local longe de construções que possam desabar em cima; use bolsas ou pastas para proteger os estilhaços que possam cair em sua cabeça e procure uma área aberta para se refugiar.

Isso foi o que eu pude compilar de informações. Você tem conhecimento de informações melhores? Por favor deixe nos comentários. Elas podem ser úteis em caso de estarmos viajando num local desse tipo.

Mesmo assim eu voltaria a Pádua. Foi um lugar muito legal que visitei. E é pertinho de trem de Veneza. 20 minutinhos! Em outro post contarei acerca do passeio. Assim que possível.

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