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Situação 1:
Envio uma mensagem no facebook para um colega: “Eu já entreguei o papel para a Carla e fiz todo o caminho necessário para concluir a solicitação.”
Em dado momento, ele vê uma notificação no celular. Lê rapidamente e dá-se como visualizado.
Eu vejo que ele visualizou e não respondeu.
Horas depois…
Resposta:Olá querida, você está no caminho certo! Só me tire uma dúvida: você continua sendo orientada pela Silvia?

Eu: Sim, por que? Isso é um problema? Não preciso parar meu trabalho de orientação com ela porque estou freqüentando outras aulas, não é? Desculpe a curiosidade mas qual o motivo da pergunta? A orientação que faço com Silvia é diferente do relacionamento que tenho com a Ana nas aulas. Você recebeu o meu papel? Já fiz todo o caminho necessário faz tempo. Entreguei o papel para Carla, minha professora, e ela me disse que te entregou. Gostaria de saber quando será concluído. Já estou freqüentando desde setembro de 2012… e até hoje a situação não foi regularizada.
(tipo, o que tem a Silvia com isso? Eu entreguei o papel para Carla…só falta criar um empecilho agora porque eu faço orientação com a Silvia, não estou entendendo esse monte de perguntas e que relação isso tem com o que perguntei).
Resposta: Sim querida, será concluído. Mas você não respondeu à minha pergunta. Fiz a pergunta porque pedimos a carta de recomendação justamente ao orientador, quando a pesquisa é concluída, no seu caso, a Silvia.
(como assim eu não respondi!? Eu já disse que sim que a Silvia continua me orientando e que entreguei a carta pra Carla…)
Eu: Fale com a Silvia se precisar. Ela me acompanha. Ela vai te dizer se preciso precisa pegar algo com a Carla Pois a carta estava com a Carla, toda preenchida, se for isso.
Resposta: ok
Eu: Pergunte a Carla, Ela me disse que te deu em dezembro. Não cobrei para ver o que iria acontecer mas já faz dois meses e resolvi perguntar. É disso que você precisa ? O papel com tudo preenchido? Se sim, já foi feito em dezembro e entregue pra professora com quem estou tendo aulas, Carla. Era isso que você estava perguntando?
Resposta: ok Sim.
Eu: Dá uma olhada na minha primeira mensagem. Escrevi que entreguei o papel para Carla lá…Por isso não estava entendendo nada. Desculpe. Abraços.
Eu havia escrito a informação necessária na primeira mensagem (e  repeti a mesma coisa várias vezes), mas as pessoas não lêem direito, não prestam mais atenção (pois são muitas coisas para fazer) e isso leva a um desgaste desnecessário e a um tempo valioso perdido em trocas de mensagens de forma rápida e sem atenção também, por estar ocupado fazendo outra coisa.
No trânsito, no trabalho, no curso, vendo novela…não há mais tempo para se relacionar com as pessoas ‘pessoalmente’ e pensa-se que as mensagens suprem isso. Não suprem.
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Situação 2:
Dia do aniversário
(Aniversariante esperando minha família ligar!!! Oba!! Adoro receber ligações no dia do aniversário! Vovô sempre liga cedinho, papai e mamãe… meu irmão, minha avó…)
7:00 hs chega uma mensagem de uma amiga íntima no torpedo.
8:00 hs chega uma mensagem de outra amiga íntima no whatsapp.
9:00 aniversariante se arruma para ir a praia e nenhuma ligação ainda. (ainda não vi o facebook, mas isso olho à noite, os conhecidos devem escrever algo para mim…)
9:30 uma das melhores amigas liga! Oba! Obrigada! (ela não tem whastapp nem facebook, que bom! Ela ainda liga! Adorei!)
10:00 liga pro irmão:  – Não vai me ligar não??
– Parabéns!
– Cadê mamãe?
– Ela está doente, ontem a noite ficou muito doente e hoje não agüenta nada.
10:15 Mãe liga: “Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida” Canta! Que felicidade!
11:00 já na praia com a amiga que ligou. Chega um whatsapp do pai: Feliz aniversário! Responde: – Não liga não!!!! Manda só mensagem, pai!!!!???????
11:01 pai liga, oi minha filha, parabéns!!
11:30 chega uma mensagem torpedo e um whatsapp além de várias notificações de facebook (que até param de serem notificadas, visto que o facebook sabe que é seu aniversário e sabe que você vai receber mais mensagens do que o usual – esperto esse programa)
12:30 ligação de uma amiga da igreja com uma oração linda e emocionante! Muito feliz! (ela não tem whstaapp)
12:40 tia manda mensagem e liga!
13:30 almoço de família. – Vó, você não me liga mais não? – Ah minha filha, eu deixei uma mensagem no facebook e eu ia te encontrar pro almoço, né!?
14:00 outra amiga liga!! Que bom!
O resto do dia transcorre da mesma forma.
20:00 avô liga! Feliz aniversário! – Obrigada vô, uma pena você não ter ido ao almoço.
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Que saudade do dia do aniversário há poucos anos atrás, quando não existia facebook, não existia whatsapp e os mais importantes ligavam e você ouvia a emoção na voz da pessoa e você sorria e a pessoa ouvia sua emoção e a pessoa falava e você se emocionava e chorava e a pessoa passava na sua casa para deixar uma lembrança ou para te dar um abraço porque era o dia do seu aniversário. Porque tinha tempo, porque a melhor forma era essa.  
Estamos atarracados até o pescoço de coisas a fazer. São muitas ofertas de cursos, de trabalho extra na internet, são muitos amigos que fazemos e enchemos o facebook com pessoas e pessoas e pessoas…não amigos, mas pessoas e mais pessoas para se conviver. E com as quais não convivemos, e com as quais a comunicação é truncada, pois não é pessoal. As pessoas não conhecem nossas reações, pois não convivem conosco. Qualquer mensagem pode ser um motivo para uma chateação, um stress, porque o receptor não entende o interlocutor, porque visualizou e não respondeu (porque não tinha tempo.. porque viu e não se recordou de responder), porque nunca o viu sorrir e brincar (ou porque nunca o viu pessoalmente ou porque o viu poucas e raras vezes). Simplesmente na sabe o jeito do outro ser e falar.
O celular é um fornecedor de ansiedade, não mais um aparelho que facilita a comunicação, mas que dificulta. As pessoas lêem as mensagens rapidamente, não lêem direito e a comunicação fica demorada, difícil, complicada e quando se liga para “resolver” a pendenga que deu, os dois estão sem graça, sem entender a reação do outro…pois nem se conhecem, não tiveram “tempo” para isso…
Quando se encontram em algum lugar a conversa é: – Me manda mensagem no face.. a gente se fala por lá…
Estamos conversando com alguém, olhando olho no olho (quando conseguimos essa façanha) e o celular apita, e a pessoa olha a notificação, como se não pudesse deixar para depois, chegou um email, depois um torpedo, depois um whatsapp, depois …o barulhinho fatídico acontece o dia todo. E não conseguimos a atenção de uma pessoa por mais de meia hora, pois dificilmente não chega um email nesse período, nem que seja um spam…mas a gente olha.
Sim, eu também olho, também sou vítima da vida moderna. E foi observando tudo isso que conclui: a comunicação entre as partes está pior nos dias de hoje.
E por isso, relacionamentos são desfeitos, casamentos arruinados, possibilidades de stress aumentadas, ansiedade crescente, ocupação interminável.
Essa é uma crítica aos meios de comunicação pós-modernos, que “facilitam em termos” a comunicação. Para mim, dificultam. O que você poderia levar 5 minutos numa ligação e resolver o que precisa, falar o que quer, saber do outro a resposta, leva 40 minutos pelo whastsapp numa troca de mensagens louca e numa espera do outro lado pela resposta (porque é claro que eu não vou só falar com você no whastsapp, minha vida é muito corrida, vou também fazer várias coisas enquanto respondo à sua mensagem.). E sem contar que “não tem tempo” (ou paciência) de colocar pontuação ou escrever corretamente.  O que dificulta ainda mais a comunicação.
Mas é claro que há momentos em que uma mensagem supre o necessário e tem o seu lugar. Por um lado, os recursos atuais são práticos, mas se usados de forma exagerada atrapalham as relações. Só que o vício já pegou. O exagero já se tornou “normal”. Entretanto, vejo que a comunicação entre as partes piorou e tirou muito da emoção da vida pessoal e real.
A situação não é legal quando isso impede o relacionamento e afasta em vez de aproximar.
Saudade daquela época.. que pelo visto não volta mais. Sucumbimos aos novos meios de comunicação, novas formas de se relacionar.. virtualmente, através de mensagens…não tem mais jeito.
Outro dia passou no Fantástico uma simulação de uma família colocada numa casa com os recursos dos anos 70 e vimos a um final de semana que eu gostaria de ter de novo, sem internet, sem whatsapp, sem nada, só sentada com amigos jogando “War”, na praia, em família, sem a interrupção interminável dos celulares.
Será que ninguém percebe isso? Ou será que ninguém consegue mais querer mudar? Os vícios da pós-modernidade estão inseridos em nossas vidas. Que pena.
(nas duas situações descritas, nomes e conteúdos foram modificados a fim de preservar as situações que foram reais).
OBS: imagens retiradas do facebook e de http://www.facebookimagens.com/

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